
SOBRE ODARLONE
Sou médico de Família e Comunidade e médico regulador do SAMU 24h, da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana.
Sou pai do Benjamim, Joseph e Aísha, marido da Angélica. Sou uma pessoa leal, responsável, trabalhadora e ética.
Meus amigos me consideram um amigo verdadeiro, comprometido, solidário e apaixonado pela militância política.
Não foi fácil chegar até aqui. A vida se mostrou dura e generosa ao mesmo tempo.
Mas me permite usar meu conhecimento para cuidar das pessoas, e isto me realiza.
Este sou eu.
Odarlone
O menino, a dura realidade e os sonhos
Exemplo para aqueles que pensam em conquistar seus sonhos, Odarlone lutou e conseguiu atingir muitos de seus objetivos.
O sonho de ser médico parecia distante para o menino nascido no dia 22 de abril de 1980, aniversário do descobrimento do Brasil, no Hospital Evangélico, em Londrina. Aos sete anos, a violência levou seu pai, policial militar, morto em serviço. A mãe, d. Ilda, multiplicou os esforços para que os filhos seguissem os melhores caminhos.
Da infância muito bem vivida e a adolescência no movimento estudantil em Londrina, sua trajetória envolve seis anos estudando em Cuba e, hoje, é médico da família e médico regulador do SAMU em Apucarana.
A História
Líder por natureza e com uma grande vontade de unir pessoas, em 1990, ainda morando no conjunto Aquiles Stenghell, Odarlone funda o Clube e Amigos (C e A). Ali as crianças e adolescentes da vizinhança se reuniam para ler revistas em quadrinhos e jogar futebol de botão.
Em poucos meses, o grupo passa a contar com o apoio de um adulto na sua organização e passa a chamar se UCAA (União das Crianças e Adolescentes do Aquiles), que passou a movimentar a vida da comunidade.
Por meio da iniciação esportiva, estímulo à leitura, participação em gincanas de diversas igrejas católicas, o grupo foi evoluindo e assumiu a responsabilidade pela organização da festa junina da comunidade do Aquiles Stenghell.
Nesse período, Odarlone estudava na Escola Ruth Lemos no Conjunto Luís de Sá.
Entre os 12 e 14 anos foi aprendiz de funileiro e, nos fins de semana, vendia pastel na feira da avenida Saul Elkind.
A fé e os valores
Em 1992, entrava para a Guarda Mirim, que o encaminhou para o primeiro emprego, como menor-aprendiz na Embrapa e, depois, na Hidromar e Tour Company Turismo.
Já 1994, entra para a Igreja Missionária. A liderança no grupo de jovens foi natural, chegando a ser pregador em diversas atividades. Foi, inclusive, convidado para ministrar cultos em outras igrejas da região.
A responsabilidade foi assumida cedo.
Entre 18 e 20 anos, o trabalho era como taxista no ponto da Vila Casone, em frente à Padaria Central.
Movimento estudantil: a liderança
Em 1996, começa a cursar Magistério no Instituto de Educação Estadual de Londrina (IEEL). Foi onde inicia a militância política ao assumir a secretaria-geral do Grêmio Estudantil e participar de ações que conquistaram diversos benefícios para a escola.
No ano seguinte, é eleito presidente do Grêmio e reeleito por mais dois mandatos. Neste período, o Grêmio do IEEL foi a locomotiva do movimento estudantil de Londrina e referência para o Estado, liderando grandes manifestações, inclusive conseguindo a redução da taxa do vestibular de 1997.
Nesta mesma época, Odarlone ainda fez parte da direção municipal da União Londrinense dos Estudantes Secundaristas (ULES) e da direção estadual da União Paranaense dos Estudantes Secundarista (UPES).
O colegial foi cursado na Escola Estadual Lauro Gomes da Veiga Pessoa.
A militância estudantil foi fundamental para a realização de diversas atividades e para a conquista de muitas melhorias na escola, através da parceria do Grêmio Estudantil naquela época. A força dos estudantes de Londrina movimentou a cidade em diversos aspectos, fortalecendo a organização da sociedade civil em busca de progresso.
O sonho estava latente: estudar Medicina, cuidar de pessoas
Cuba e a Medicina
O sonho começa a se tornar realidade quando, ao concluir o Ensino Médio, no Colégio Olavo Bilac, Odarlone recebe um importante convite da Central de Movimentos Populares (CMP), por intermédio do então coordenador Nelson Cardoso: estudar na Escola Latino-Americana de Medicina em Havana, Cuba.
A grande mudança
Em fevereiro de 2001, com 20 anos, Odarlone desembarcou em Havana. Durante seis meses frequentou o curso modular para avaliação e posterior ingresso no curso de Medicina. Isso sem saber quase nada de Espanhol, a língua nativa.
Em setembro, começa definitivamente o curso de Medicina. Já no primeiro semestre, devido à sua capacidade de liderança, é escolhido por cerca de 60 colegas como representante da delegação brasileira, posto no qual permaneceria até seu último dia de aula em Cuba.
O conhecimento se aprofunda
Neste mesmo ano, é convidado pelo governo cubano para participar do Encontro Mundial da Juventude e dos Estudantes, em Argel, capital da Argélia, onde passou 15 dias e lá pode conhecer e fazer intercâmbio de ideias e ideais com jovens de todo o planeta.
Em 2003 participou de evento da juventude progressista em Caracas, na Venezuela, também a convite do governo cubano.
Valores e disciplina
Neste período, o estudante brasileiro conciliava os estudos com a militância. Já nas enfermarias, se destacava pelo seus valores humanos e qualidade técnica, tendo concluído cada período sem nenhum percalço.
Durante o último ano se interessou muito pela ortopedia, tanto que passou a ser aluno ajudante nesta especialidade.
"Tive a oportunidade em pelo menos duas ocasiões estar e conversar com o Comandante Fidel Castro. Na primeira no embarque para Argel, onde se despediu de nós, um a um, na porta do avião. A segunda foi em uma visita surpresa à sede da Escola Latino Americana. Tivemos oportunidade de conversar de maneira breve sobre as atividades locais junto a outros representantes de nações . Ele fez questão de nos falar da importância do nosso papel de médicos ao tratarmos as pessoas com respeito e dignidade."
Retorno ao Brasil
No final de 2007, conclui o curso que durou seis anos. Retorna ao Brasil.
Aí começa uma outra batalha, a do reconhecimento de seu diploma, a revalidação. Um processo longo e caro para traduzir e autenticar documentos e, após submeter-se em 2009 à prova de revalidação na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, tem seu diploma homologado e pode exercer legalmente a profissão no Brasil.
Consolidação
Em 2010, inicia sua residência médica em Medicina de Família e Comunidade, na cidade de Fortaleza. Curso concluído em 2012.
Neste mesmo ano é aprovado em concurso público e passa a ser médico do serviço público municipal e médico regulador do SAMU na cidade de Apucarana.
Em 2023, como gestor público da Atenção Primária de Apucarana/PR é possível ampliar as formas de participação democrática no desenvolvimento das políticas públicas de saúde, consultando a gestão municipal, servidores e população, para que a qualidade dos serviços sejam cada vez melhores.
O ano de 2024 trouxe o desafio do combate à dengue e a luta pela preservação de vidas ameaçadas pelo mosquito Aedes aegypti. Tão difícil quantro controlar as dores e desconforto causados pela doença é fazer as pessoas entenderem que 80% dos criadouros estão nas casas e quintais e que podem ser eliminados com atitudes simples de acabar com os depósitos de água parada.
O futuro
Como a Medicina, o aprendizado é dinâmico e não se pode parar no tempo. "Os projetos são: continuar aperfeiçoando dentro da profissão para cada vez mais contribuir com a solução dos problemas de saúde de nossa comunidade; e, também, não perder de vista que temos que continuar na luta política para organizarmos a comunidade, construirmos a cidade que queremos e a sociedade que merecemos."

